O treino de hoje merece um post especial. Não pelos números expressivos, ou pela distância, mas pelo simples fato de ser o que ele é: um pedal de BR. Quem treina para provas de ciclismo ou de triathlon sabe o prazer e a dor que esse tipo de treino pode proporcionar, porém toda a mística e a tradição que essa atividade tem já da uma carga de ânimo a mais para sair da cama cedo, pegar a bike e cair na estrada.
O sol ainda nem tinha nascido mas os preparativos para o treino já tinham começado, levantar da cama as 5:30h nesses dias pode ser difícil, mas ver o sol nascer pedalando pelo asfalto depois recompensa. Após comer a sagrada granola com mel e banana do pré-treino, caí na estrada por volta das 6:20h para encontrar os professores Marcio Prado e Rafa Scuissiatto, companheiros da jornada de hoje.
Nos reunimos no parque Barigui por volta das 6:30h (sim, demorei só 10 minutos pois o parque é bem perto da minha casa, por isso a maioria dos meus treinos são lá) e pegamos a BR sentido Ponta Grossa para encarar os 50km que estavam planilhados para hoje. Como estamos em Curitiba o clima da manhã não poderia ser diferente, muito frio e umidade nos acompanhavam quando a temperatura girava em torno dos 9ºC, fazendo com que as descidas fossem uma injeção de ar frio dentro dos pulmões, um desafio e tanto logo pro início do treino.
Por volta do km 10 entramos na primeira descida e na empolgação todos aceleramos para aquecer logo e particularmente sentir a sensação de velocidade que estava me fazendo falta visto que esse ano eu ainda não tinha feito esse tipo de treino. O Marcio estava muito rápido e firme mas em uma infelicidade num trecho bem sujo da pista: BOOM, lá se foi o pneu traseiro. Todos paramos para fazer a troca e resolvi registrar o serviço do companheiro. rsrs
Quem já conhece essa estrada sabe que ela é bem variada, temos vários tipos de aclives, declives e a qualidade do asfalto oscila muito. O Marcio e o Rafa estavam tirando o treino de letra, em alguns momento parecia que os dois nem estavam cansados, porém eu encontrava algumas dificuldades de manter o ritmo do “pelotão” nas subidas. O bom de se andar com ciclistas experientes (e de muita qualidade, diga-se de passagem) é que todo treino se torna praticamente uma aula, não foram raros os momentos em que um ou o outro me davam dicas a respeito de tudo, desde posicionamento no selim até pedalada, cadência, suplementação e aonde economizar energia e aonde sentar a pua (até mijada levei).
Fizemos aproximadamente 01:40:00 de treino, pedalando pouco mais de 45km (segundo o Garmin) terminando com a escalada da Av Cândido Hartmann pra voltar pra casa (nessa parte o GPS já estava desligado pois era só um bônus do dia rsrs). Acredito que os pontos fortes desse treino foram a troca de informações e a volta dos pedais de BR dos quais eu estava com muita saudade, além de ter conseguido alcançar minha top speed ever, passando dos 71km/h com a minha Caloizinha morro abaixo, sensação que com certeza vou querer experimentar outras vezes. Acho que só tenho a agradecer pela oportunidade de poder fazer treinos como esse, como eu disse no título o pedal de BR pra mim é o melhor dos piores treinos, o sofrimento de uma escalada pode ser bem intenso mas a sensação de liberdade, do vento na cara e as amizades compensa cada gota de suor.
Andre Raittz.
PS. Um agradecimento especial aos companheiro de treino Marcio Prado e ao treinador da equipe Rafael Scuissiatto pela paciência e pelas preciosas dicas durante o percurso. Sábado que vem tem mais! Muito obrigado.